sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Surfe, palavra e ação

"Surfe, Palavra e Ação" é o nome da coluna que passarei a escrever semanalmente no blog do Jornal Surfar. A idéia principal é usar a ferramenta democrática e universal da internet ampliando horizontes e mentes através das palavras e pensamentos carregados de positividade para o crescimento de nosso esporte, na visão de quem vivencia o surfe a 32 anos. Começemos então a reflexão inaugural.

"O povo (surfe) unido jamais será vencido"
Hoje o Egito mostrou ao mundo a força da internet e do povo em unida manifestação para a derrubada do seu presidente, que renunciou ao cargo a poucas horas, um marco na história política/social mundial. E daí maluco, o que isso tem a ver com nosso esporte?
TUDO! Há muitos anos escuto nas areias de Ubatuba nossos jovens talentos reclamando da falta de campeonatos, premiações fracas e falta de apoio pra continuarem no esporte. Já a velha geração relembra os tempos áureos de campeonatos crowdeados e diversos surf-treinos que aconteciam livremente por nossas praias. Tudo feito com muito amor, pouco dinheiro e parcerias, parecia uma fórmula perfeita e era.
O esporte cresceu e tornou-se burocrático, onde o dinheiro é fundamental pra montagem e manutenção das mega estruturas montadas, muito ao contrário da simplicidade inicial. Acompanho e participo do circuito municipal da AUS desde 1997, das mais de 40 etapas presentes, posso garantir que a melhor foi realizada em uma tenda na praia do Félix em 1998. Muitos inscritos, altas ondas e não vi ninguém reclamando de nada. Muita vibe mesmo!
Doze anos depois vejo um circuito municipal com a melhor estrutura do Brasil, locutores importados do RJ, juizes da ABRASP e transmisão na internet! No entanto, poucos inscritos como nunca visto antes e ausência de muitos talentos na última etapa na Vermelhinha em dezembro. Que mensagem tirar deste retrocesso no número de competidores, principalmente nas categorias de base?
Voltando ao Egito, o povo se manifestou contrário aos aumentos abusivos dos alimentos e serviços que o governo impunha, se uniu e virou a mesa, presidente deposto. Em 1998 os surfistas ubatubenses se uniram para uma nova composição da AUS, mais de 50 pessoas exerceram a democracia, opinaram e falaram na rampa de skate da saudosa loja do Irênio na Thomaz Galhardo e .... presidente deposto pela solicitação da comunidade. Nova gestão em 1999, vários surf-treinos, circuito municipal com 8 etapas realizadas e farta premiação da parceria com 10 empresários do surfe. Ah que saudades, tá na hora de mudar, na PALAVRA e na AÇÃO! 
Campeonatos de boa premiação e em quantidade, levam pais a acreditarem que seus filhos possam viver no esporte. Poucos campeonatos e de pouca premiação levam pais e filhos a acreditarem que o surfe competitivo não dá futuro. Ou não? Até a próxima...

 Por: Marcelo Aguiar

Nenhum comentário:

Postar um comentário